Abril Azul: creches do IDAC promovem inclusão e acolhimento de crianças com TEA em Fortaleza

Durante o mês do Abril Azul, dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Instituto de Desenvolvimento Cultural Arte e Cor (IDAC), que mantém creches em parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza e a Secretaria Municipal de Educação (SME), intensifica suas ações voltadas à inclusão e ao desenvolvimento integral de crianças com autismo na primeira infância.

As creches mantidas pelo IDAC atendem crianças de 1 a 3 anos em comunidades como Autran Nunes, Granja Portugal e Conjunto Esperança — regiões marcadas por vulnerabilidades sociais. Nessas unidades, o cuidado vai além do básico: o foco é oferecer um ambiente acolhedor, seguro e preparado para atender as necessidades específicas de cada criança, com ou sem diagnóstico de TEA.

Inclusão desde cedo

Com o apoio de equipes multidisciplinares, as creches promovem atividades que estimulam o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor, sempre respeitando o ritmo e as individualidades das crianças autistas. O brincar é utilizado como ferramenta pedagógica para desenvolver habilidades de comunicação, socialização e autonomia, elementos essenciais para a adaptação escolar e construção de vínculos.

Em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo (2 de abril), as unidades realizaram uma programação especial com rodas de conversa, oficinas educativas e momentos de troca com as famílias. A Creche Construindo Saber, por exemplo, promoveu um encontro entre mães atípicas e a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da rede municipal.

“A roda de conversa foi fundamental para tirarmos dúvidas, fortalecer o vínculo com as famílias e garantir que o trabalho feito aqui continue sendo construído em parceria com os responsáveis. Estamos acompanhando 15 crianças com diagnóstico de TEA e cada passo precisa ser dado com escuta e empatia”, destaca Vilany Rodrigues da Silva, coordenadora da unidade.

Acolher é transformar

Na Creche Mãe Balbina, que atende três crianças com laudo e outras em investigação, a coordenadora Eveline Miranda reforça que o acolhimento é o princípio de tudo.

“Aqui, todas as crianças são recebidas com o mesmo carinho, sem distinção. Cada família vive o diagnóstico de um jeito, e nosso papel é apoiar, orientar e mostrar que o autismo não limita o potencial da criança. Elas têm direito de brincar, aprender e se desenvolver como qualquer outra”, afirma.

As atividades realizadas nas creches têm impacto direto no desenvolvimento socioemocional das crianças autistas. Por meio de experiências lúdicas e convivência com outras crianças, elas aprendem a gerenciar emoções, aprimorar a comunicação e se adaptar à rotina escolar — passos fundamentais para uma trajetória de inclusão e respeito.

Rede de apoio que acolhe e orienta

Na Creche Cor do Brasil, a coordenadora Paula dos Anjos destaca que, embora o número de crianças com diagnóstico confirmado ainda seja pequeno, há muitos casos em processo de investigação — e o trabalho da equipe é constante, durante todo o ano, não apenas no Abril Azul.

“Aqui na creche, o trabalho com inclusão é permanente. Independente do mês, todos os projetos são pensados para estimular o desenvolvimento integral das crianças, incluindo as que estão no espectro e as que apresentam outros transtornos. Trabalhamos desde a coordenação fina, como folhear um livro ou segurar um lápis, até aspectos psicomotores e emocionais”, explica Paula.

Ela também reforça a importância do papel da creche como espaço de orientação para famílias atípicas.

“Como atendemos crianças muito pequenas, de 1 a 3 anos, muitas mães ainda estão no começo do processo e não sabem exatamente como agir. Por isso, nos tornamos uma rede de apoio. Acolhemos, ouvimos, trocamos experiências e ajudamos essas famílias a enxergarem o potencial dos seus filhos com mais segurança”, completa.

A coordenadora ainda lembra que, em muitos casos, o que parece ser um sinal de autismo pode estar relacionado à falta de socialização e estímulos adequados.

“Às vezes, a criança convive só com adultos, não tem muito contato com outras crianças, e isso impacta o desenvolvimento da fala, dos movimentos. Nesses casos, o ambiente da creche e o acompanhamento pedagógico fazem toda a diferença”, afirma.

Autismo não tem cara — tem direitos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo estão no espectro autista. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Cada pessoa com TEA é única, com seus próprios desafios e habilidades.

O autismo é reconhecido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que consideram níveis de suporte e aspectos como deficiência intelectual e comprometimento da linguagem.

Compromisso com o futuro

A atuação das creches do IDAC reforça que a inclusão começa na primeira infância e que a transformação social passa pela garantia de direitos, acesso e respeito à diversidade. Em um mês marcado pela conscientização, o Instituto reafirma seu compromisso com uma educação que acolhe, informa e promove igualdade de oportunidades para todas as crianças.

“Quando a sociedade acolhe, escuta e respeita as diferenças, todo mundo cresce junto.”

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