Era um pouco mais de 6h30min e Antônia Vanessa Moreira Marques, mãe de Maria Eloá Castelo Branco Marques, 2 anos já estava na frente da Creche Construindo o Saber que funciona na Sede do Projeto de Desenvolvimento Cultural Arte e Cor, à Rua Desembargador Felismino, 219, no bairro Autran Nunes, para deixar sua filha para mais um dia na creche.
Exercer o papel materno e ao mesmo tempo o profissional não é fácil para as mães, mas elas não estão sozinhas nessa tarefa, pois existem as creches escolas para aliviar uma preocupação que começa após a licença maternidade, por isso é importante destacar a relevância que as creches públicas têm não só para os pequenos como também para as mães.
“Eloá está aqui desde o ano passado. É pertinho da minha casa. Acho maravilhoso porque eu vou trabalhar. Eu dependo da creche, né? Minha filha fica o dia inteiro e se dá muito bem. Às vezes ela chora pra entrar, tratam ela com muito carinho. É de graça e não preciso trazer nada. Tudo é daqui: fraldas, alimentação etc. Além disso percebo que após a creche, Eloá evoluiu bastante, pois com um ano e pouco ela já falava números, letras, cores. Estou bem satisfeita,” agradece Vanessa Moreira, mãe de Eloá Marques
Para a mãe Juliana Ferreira Nascimento, mãe da Ana Julie, 4 anos, a evolução, após entrar na creche, foi na socialização. “A Julie, ela não se socializava com crianças. Ela é autista. Lembro que quando ela veio, teve aquela fase de adaptação. E após isso, ela teve uma evolução do zero ao 90. Na creche ela brinca, ela come, ela se alimenta muito bem, ela tem um horário de dormir. E já entende que precisa dormir cedo para acordar cedo no outro dia. Outra evolução foi na fala. A gente percebe que ela já quer soltar alguma coisa, só que ela tem aquela travadinha ainda, mas ela evoluiu muito graças ao estímulo que ela recebe aqui na creche. Quando eu digo senta, ela senta. Mas continua agitada, é dela mesmo ser agitada, mas ela melhorou muito,” reconhece Juliana.
Os depoimentos ratificam a importância histórica das creches para as famílias, mas principalmente para as mulheres. Poder deixar seu filho na creche, portanto, foi um marco importantíssimo na história feminina. Além disso, sabe-se que um bebê, no começo de sua vida, tem nos seus primeiros ambientes, família e creche fontes de aprendizado e desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sensoriais. A criança, especialmente as de zero a três anos, está cada dia criando seu próprio repertório nesses espaços, que são suas primeiras noções de mundo. Para um bom desenvolvimento nesta fase, ela precisa estar em um ambiente acolhedor.
Em parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), o Arte e Cor realiza atendimento de crianças de um a três anos, voltado para a promoção do desenvolvimento integral, em seus aspectos físicos, psicológico, afetivo, intelectual e social. Na Creche Construindo o Saber são atendidas 96 crianças, distribuídas em cinco salas de aula. A creche funciona com atendimento gratuito à comunidade do bairro Autran Nunes, onde disponibiliza aulas, atividades lúdicas, alimentação adequada, e atendimento educacional em formato de Creche de período integral.
Vilany Rodrigues da Silva, coordenadora, à frente da Creche Construindo o Saber, desde 2014, diz que “ além das 96 crianças há listas de espera para todas as turmas que se dividem em sala do Infantil 1, para crianças de um ano; Infantil 2 com duas turmas, para crianças de dois aninhos e Infantil 3 com duas turmas, para crianças de três anos. Nosso horário é de 7h às 17h. São oferecidos cinco lanches nesse período e a crianças já sai com a janta. Além de toda alimentação, a gente também recebe fralda da Prefeitura. Quando ao nosso planejamento fazemos num um sábado do mês e todo dia as auxiliares apresentam o plano de aula. Cada turma tem o seu planejamento. Em cada sala são profissionais, uma professora e uma auxiliar. Além do pessoal de apoio para nossa estrutura, totalizando 15 colaboradores”, explica a coordenadora.
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